O senador Otto Alencar (PSD-BA) criticou a intenção do governo federal de reduzir a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), a uma simples coordenação. “Querer desmontar a Ceplac e reduzir a uma coordenação é algo que não vamos aceitar. Vamos levar essa luta até as últimas consequências”, disse, em pronunciamento, nesta terça-feira (23/2).
Ele afirmou que a Ceplac, símbolo da lavoura cacaueira, é um órgão importante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, pois tem status de secretaria, e atua na área da pesquisa, extensão rural e ensino agrícola.
“Posso dizer que a Ceplac, após a criação em 1957, implementou um modelo de geração e transferência de tecnologia reconhecido como o mais eficaz em toda a América, integrando a pesquisa, a extensão rural e a educação. Foram renovados 150 mil hectares de cacaueiros e implantados 300 mil hectares em uma década”, argumentou.
Otto Alencar teme que a mudança na estrutura organizacional da Ceplac acabe com esse trabalho e afete as lavouras de cacau. Ele lembrou a importância do cacau para a Bahia e os milhares de empregos gerados pelo setor.
“Querer fazer uma coordenação da Ceplac, sem ouvir as famílias que trabalham nas lavouras e vivem na região é totalmente inconveniente. Não vamos aceitar”, disse.
Para Otto Alencar, desmontar a Ceplac é inviabilizar uma das poucas experiências de sucesso no desenvolvimento rural sustentável do Brasil. “Este tipo de trabalho prima pelo fortalecimento de atores locais, expertise que a Ceplac vem mostrando em diferentes regiões da Mata Atlântica e Floresta da Amazônia”, ressaltou.
Segundo Otto Alencar, ao invés de redução é preciso que a Ceplac tenha um modelo institucional adequado e que permita assumir desafios do estado brasileiro em benefício da sociedade, através do desenvolvimento rural sustentável.
“Milhares de famílias se sustentam da produção de cacau e outros cultivos perenes. A Ceplac como estrutura do Ministério da Agricultura foi e será sempre de importância fundamental na condução da estratégia de desenvolvimento das regiões tropicais do Brasil”, afirmou.