O rio Corrente é um importante afluente do Velho Chico e possui uma bacia altamente alterada pela agricultura de sequeiro e irrigada (sistemas de pivô central com captação por poço profundo e superficial – diretamente no rio), a pecuária intensiva e diversas comunidades de pequenos produtores rurais e distritos urbanos ao longo de todo seu vale até a foz a montante de Bom Jesus da Lapa. Os afluentes secundários que formam o rio Corrente estão sofrendo severa redução da vazão nos últimos 28 anos da ordem de 10 m3/s. Tal redução se dá pelo excesso de exploração do lençol subterrâneo que nutre os vários olhos d’água produtores de água.
Esse modelo de exploração da bacia do rio Corrente vem transformando o ciclo da água e erodindo todo o solo fértil adicionado de agrotóxicos que vão parar na calha, primeiramente, do rio Corrente e depois no leito do Velho Chico. A utilização da caixa d’água, representada pelo Aquífero Urucuia, diretamente pela agricultura, tem impactado os usos da água mais abaixo e a situação tende a se agravar. A proteção das nascentes e das áreas de recarga iniciam um processo de reversão da lógica de degradação para a lógica da preservação. O projeto Reviveiro o Velho Chico com sua fábrica de florestas na cidade de Bom Jesus da Lapa inaugura um robusto projeto de conscientização ambiental que irá subir pelo rio Corrente até suas cabeceiras. A figura abaixo mostra a área de abrangência do Aquífero Urucuia no Oeste Baiano. Essa é a caixa d’água.
As árvores representam maior capacidade de infiltração e recarga da água. Os viveiros escola formarão a base do cidadão do futuro, mais sensível às questões ambientais.